A Organização Mundial da Saúde em relatório divulgado de setembro de 2018
alerta para o crescimento rápido do sedentarismo em todos os níveis das populações
pelo mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. Nos países mais pobres
a população tem pouco acesso ás tecnologias do bem estar e têm como fatores de
mortalidade ainda as doenças infecciosas.
O incrível é que o acesso ao transporte coletivo (metro e ônibus) trouxe mais
vida sedentária. Ao invés das pessoas aproveitarem o tempo sem trabalhar para se
exercitar, elas procuram mais acesso às tecnologias e suas facilidades de se “linkar”
com o mundo dos games, e-books, e-commerce, mídias sociais e outros app. Essa
falta de atividade física regular pode contribuir para o início precoce e a progressão
das doenças cardiovasculares e hoje se sabe que qualquer aumento na atividade
física resultará em benefícios para a saúde.
Mas voltamos ao que interessa! Será preciso exame médico? Quanto de
exercício devo fazer? Quanto mais intenso é melhor? Avaliação médica para começar,
em indivíduos de baixo risco jovens sabidamente sem doenças, uma breve consulta
sobre a atividade física da pessoa pode ser suficiente, porém em pessoas de sem
doença, mas com alta chance de desenvolver doenças, pelos vários fatores de risco
não controlados, a avaliação deve ser completada com o teste de esforço
(ergométrico) em esteira ou ciclo além de exames de sangue. A avaliação de adultos
já com doença cardiovascular conhecida deve ser ainda mais detalhada para detectar
possíveis isquemias miocárdicas, estratificar o risco e orientar o manejo clínico.
Inatividade física é um problema significativo de saúde pública na Europa: as
crianças tornaram-se menos ativas fisicamente e somente em alguns países as
crianças têm acesso à dose diária recomendada de atividade física. Mais da metade
dos adolescentes ficam fisicamente inativos depois de deixar a escola.
Os adultos enfrentam uma diminuição significativa nas demandas físicas em
seu local de trabalho e, durante o tempo de lazer, menos pessoas são fisicamente
ativas. Um estilo de vida sedentário está associado a uma duplicação do risco de
morte prematura e a um risco aumentado de doenças cardiovasculares. Evitar um
estilo de vida sedentário durante a idade adulta pode estender a expectativa de vida
total com uma vida com baixo risco de doenças degenerativas comuns nas idades
mais avançadas. Não se deve exagerar a intensidade se você não tem objetivos
competitivos e pensa só em saúde. Recomendam-se exercícios moderados por 150
minutos por semana ou para os mais preparados 75 minutos de exercícios intensos. A
regularidade que traz os benefícios isto depois de 12 a 14 semanas sem interrupções
de mais de dois ou três dias. Os efeitos benéficos duram 48 horas em média e por isso
falamos em se exercitar dias alternados.
Na população idosa, aproximadamente um quarto da população sofre de
doenças cardiovasculares. As alterações fisiológicas e mentais que acompanham o
aumento da idade podem contribuir para a inatividade física, mas a atividade física
regular pode efetivamente retardar as mudanças relacionadas à idade, melhorando
assim o funcionamento físico e prolongando a sobrevida livre de doença.
Dr. Nabil Ghorayeb - Cardiologista e Especialista em Medicina do Esporte
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