O que chamamos de extrassístoles (palpitações) são falhas que se percebe na
pulsação ou nos batimentos cardíaco, podendo ser esporádicas (isoladas) ou durarem
horas.
Podem estar presentes em qualquer idade e sua importância médica depende
da existência ou não de alguma doença cardíaca concomitante. A maioria dos que tem
esse tipo de arritmia nem as percebe, muitas vezes detectadas por acaso numa
consulta ou num exame do coração. Então, podemos afirmar que elas ocorrem tanto
em pessoas sadias como em pessoas doentes, porém quando aparecem nos atletas,
são prejudiciais?
No acompanhamento de atletas que fazemos há muitos anos, e nas pesquisas
científicas da área de Cardiologia do Esporte aqui e pelo mundo afora, concluiu-se que
quanto mais intensa uma atividade esportiva, maior é a possibilidade de aparecerem
essas extrassítoles, que são de dois tipos: supraventricular, quando sua origem é na
parte superior do coração, na parede dos átrios, e ventricular quando a origem é na
parede dos ventrículos. Nos atletas sadios, já está provado que a causa é o exagero
na intensidade ou volume da pratica esportiva sem acompanhamento médico e de
outros profissionais da saúde como, educador físico (treinador/fisiologista) e
nutricionista, que controlam os limites saudáveis, além de logica e obrigatoriamente se
excluir presença de problemas cardíacos devido a:
1- Variadas doenças arritmogênicas consequentes a mutações genéticas.
2- Miocardite (inflamação do miocárdio) por viroses, doença de Chagas.
3- Miocardite por intoxicação de drogas ilícitas (cocaína, maconha e outras),
anabolizantes (mesmo em curtos ciclos), estimulantes, fat burns e
termogênicos comercializados ilegalmente sem licença da ANVISA.
4- Miocardiopatia (disfunções do músculo cardíaco) por isquemia (obstruções
das coronárias por gordura) e outras causas.
O tratamento nos atletas e esportistas sadios começa pelo o afastamento, em
geral temporário. Muitas vezes, mesmo com baixo risco de complicações, o fato de se
sentir as extrassístoles (palpitações), muitas pessoas ficam inseguras, nesses casos
instituímos medicação leve. Nos cardiopatas, seguimos os tratamentos clássicos
existentes e, até uma intervenção cardíaca chamada de ablação ou implante de um
desfibrilador interno. Em seguida avaliamos a possibilidade de volta a prática
esportiva, como corridas de rua e outras, porém evitando as que tem risco de choque
ou contato corporal.
Dr. Nabil Ghorayeb - Cardiologista e Especialista em Medicina do Esporte
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