Quando falamos nos benefícios de ser ativo fisicamente, muitos ainda se
surpreendem, porém cada vez mais pesquisas e dos mais diversos focos demonstram
que estamos no caminho certo. Uma longa pesquisa feita ao longo de 14 anos num
grupo de 5807 pacientes com algum tipo de câncer e que foi publicada em dezembro
de 2018, concluiu que praticar exercícios físicos após ter diagnóstico de câncer,
melhorou os efeitos do tratamento e em consequência a sobrevida, mesmo em
pacientes que não se exercitavam previamente.
Os participantes da pesquisa eram principalmente brancos, mais mulheres do
que homens (55% versus 45%) e um total de 1390 pacientes (24,4%) disseram que
não se exercitaram regularmente antes do diagnóstico e 2400 (41,9%) disseram não
se exercitar após o diagnóstico de câncer.
Um benefício significativo na sobrevivência, com a prática de exercícios mistos
aeróbicos e de fortalecimento muscular , foi observado em pacientes com um dos oito
tumores mais comuns: de mama, cólon, próstata, ovário, bexiga, endométrio, esôfago
e pele (principalmente o melanoma). Os números foram expressivos, pacientes ativos
regulares sobreviveram mais que os pacientes sedentários. Chamou a atenção que
se exercitar três a quatro vezes e mesmo apenas 01 ou 02 dias por semana antes e
depois do diagnóstico de câncer, reduziu o risco de mortalidade em 40% em relação
aos habitualmente inativos. Até os pacientes que se exercitaram uma semana antes e
depois do diagnóstico de câncer também melhoraram significativamente a sobrevida
em comparação com seus colegas sedentários. Eles tiveram uma redução de 32% na
mortalidade por todas as causas e na mortalidade específica por câncer mostrou o
estudo. Os benefícios de sobrevida foram observados independentemente do sexo,
idade, peso, tabagismo ou estágio do câncer do paciente. Esta é uma boa notícia para
todos os pacientes com câncer pois qualquer quantidade de atividade semanal
regular é melhor que a inatividade.
No entanto, houve preocupação sobre como praticar e qual o exercício possível
nos pacientes graves, sem criar riscos adicionais para a saúde. Sem dúvida não se
deve propor uma abordagem única para todos os pacientes. Como orientação geral, os pacientes com outras doenças associadas e mais frágeis, precisam ser adequadamente considerados em relação às contraindicações, quando se indica atividade física.
Referencia: Rikki A. Cannioto, PhD, Roswell Park Comprehensive Cancer Center
Buffalo., NY. Medscape.Medica News
Dr. Nabil Ghorayeb - Cardiologista e Especialista em Medicina do Esporte
#nabilghorayeb #drnabil #Ipirangasp #cardiologia #cardioesporte #medicodoesporte