Dentre os sintomas mais comuns do ser humano, alguns chegam a preocupar
como os provindos do coração, nestes tempos de fortes emoções na COPA. Aliás, já
falamos dos cuidados a serem tomados pelos torcedores mais emotivos, nesses
jogos. O interessante é a impressão que temos de um atleta, por exemplo, futebolista
de sucesso, é a de que sua experiência em jogar em clubes do exterior, lhe contempla
com uma blindagem para enfrentar as emoções de uma disputa. Ledo engano!
As pessoas reagem ao estresse, cada uma de maneira e muito pessoal, uns
tem crises gástricas com náuseas e vômitos, outras tem crises de asma, um terceiro
grupo de pessoas tem fortes enxaquecas, outros tem urticária e muitas têm sintomas
cardiológicos como palpitações e até mesmo mais graves como as dores de angina do
peito e finalmente reações emocionais comportamentais desde um choro copioso até
reação explosiva desnecessária.
As pessoas comuns e os atletas, mesmo os mais experientes e com currículo
recheado de experiência profissional em clubes do exterior, tem o seu lado emocional
dependente da formação da sua personalidade na vida familiar e educacional. Não
seria porque somos vitoriosos em todos os sentidos, que não reagiremos sempre
como aprendemos a reagir pela vida.
Nos jogos muitos tensos, se você sabe que determinado atleta é explosivo, não
tenha dúvida que a ordem é perturbá-lo até ele “perder a cabeça” e fazer uma
besteira. E essa pode ser qualquer coisa irregular como: agressividade anormal com o
adversário, revolta com companheiros, pratica de atos incompatíveis com o fair-play
esportivo. Seguramente ele nessa hora, estará com o coração acelerado (palpitações),
pálido e descontrole do seu comportamento.
O choro não quer dizer fraqueza é uma reação emocional própria de cada um,
tanto para alegrias como para decepções. Muitos profissionais da saúde consideram o
esporte um verdadeiro fio terra para descarregar as fortes tensões do dia a dia, o
problema é o tamanho da causa das tensões e como fazer da pratica esportiva sua
descarga para se livrar das tensões da sua vida.
As reações num jogo, portanto, podem ser apenas a ponta do iceberg de
cargas adquiridas na vida desse atleta. Todos se lembram da performance do Pelé
em 1958 e seu choro copioso ao se sagrar campeão mundial com 17 anos...difícil
dizer quem não choraria naquelas circunstâncias de um garoto de família humilde, ser
campeão do mundo e a revelação da Copa da Suécia de 1958.
Os atletas sem dúvida precisam de uma preparação psicológica profissional
prévia, não para apagar incêndio inesperado e sim uma preparação psicológica para
aprender se comportar dentro de um mínimo e máximo aceitável que não prejudique
ele próprio e nem a sua equipe. Nada de bobagens de fazer o atleta caminhar no
carvão em brasas (como já foi feito certa vez) e sim avaliações psicológicas das
personalidades para ter a informação de como eles reagem às tensões. Existem
pessoas que deprimem numa crítica e outras que crescem e se estimulam.
Dr. Nabil Ghorayeb - Cardiologista e Especialista em Medicina do Esporte
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