Uma preocupação de todos os que passaram por um problema cardiovascular
seja o AVC – acidente vascular cerebral (isquêmico ou hemorrágico), seja o IM -
Infarto do miocárdio, seja após um tratamento por intervenção como a angioplastia ou
por cirurgia de ponte de safena é saber se é possível e quando poderá iniciar as
atividades físicas e esportivas.
Vamos abordar desta vez o acompanhamento de um tratamento clínico sem
intervenções. Para um paciente após um AVC e posterior alta hospitalar, será
necessária uma reavaliação da circulação cerebral desde as carótidas (artérias que
passam no pescoço) e vertebrais (que passam na nuca) como de todo o cérebro. Se
não tiver mais nenhuma obstrução ou dilatação (aneurisma) de importância, devem-se
avaliar as sequelas motoras e outras existentes como a perda da fala, que necessitará
de fonoaudiologia.
Neste momento, o tratamento fisioterápico será fundamental para recuperar o
que é possível, mas só após o devido encaminhamento médico. Esse procedimento
será realizado por um profissional de fisioterapia por período de 90 a 180 dias, período
depois do qual se fará a reavaliação clínica do paciente, para confirmar que está
controlada a doença causadora do evento, como as obstruções arteriais cerebrais e
cardíacas, a hipertensão arterial, o diabete, a fibrilação atrial e outras doenças.
Não se deve apressar essa sequencia do tratamento de reabilitação
cardiovascular e motora, visto que só assim se poderá liberar o paciente para alguma
atividade esportiva.
Em relação aos esportes competitivos, eles devem ter sua escolha
individualizada e com total anuência de um médico que conheça o assunto
profundamente. Certas medicações obrigatórias podem ter efeitos colaterais durante a
pratica esportiva e algumas modalidades não têm sua pratica autorizada para
determinados pacientes, pelo risco de acidentes esportivos, de complicações
hematológicas (como grandes sangramentos) e outros problemas cardiovasculares.
O ciclismo (risco de quedas e traumas), a natação (risco de afogamento e
dificuldade para atendimento de emergências na água) e esportes de contato físico e
traumas (futebol, basquete e até o vôlei) têm restrições claras e conhecidas para
pessoas portadoras de determinadas doenças como também para usuários de certos
e (necessários) medicamentos.
As orientações e restrições após um Infarto do Miocárdio seguem linha de
tratamento semelhante, porém temos ferramentas mais eficientes para dar limites,
como o teste ergométrico ou teste ergoespirométrico cuja indicação e realização só
podem ser feitas por médico e na presença física do mesmo no local do exame.
Os melhores exercícios para todos são sem dúvida os aeróbicos como a
caminhada, o trote e corrida de média distância, associados aos exercícios de
fortalecimento muscular e de equilíbrio para se evitar quedas.
Dr. Nabil Ghorayeb - Cardiologista e Especialista em Medicina do Esporte
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