Por incrível que possa parecer, as várias mídias informam desde verdades até
graves exageros sem fundamentos médicos técnicos. Vamos explicar as arritmias
relacionadas com a pandemia do novo coronavírus. Os sentimentos vão desde um
medo exagerado até um desprezo pelo risco de arritmias.
Na pratica esportiva se sabe que os exageros de intensidade e de volume do
atleta, sem avaliação e controle de um profissional de educação física e um
cardiologista levam a surgimento de arritmias de toda ordem, e facilita ser acometido
de uma virose, pela queda da imunidade pelos excessos físicos, podendo produzir
desde alterações no sistema elétrico do coração até lesões cicatriciais no miocárdio.
As arritmias do tipo bloqueios elétricos no coração, provocando bradicardias
importantes, até o surgimento de focos inflamatórios milimétricos no miocárdio que
funcionam como verdadeiros gatilhos das falhas sentidas na pulsação, chamadas de
extrassístoles ou então disparos dos batimentos conhecidos taquicardias que atingem
mais de 100 a 120 batimentos por minuto, percebidas como aceleração da pulsação
cardíaca. A tudo isso, chamamos de arritmia cardíaca causada por uma complicação
de uma virose, a miocardite e pericardite (pericárdio e a película que reveste o
coração).
Essas arritmias podem surgir no início da inflamação viral, como também
semanas depois de curada. Por isso o tanto o doente agudo como aquele já curado de
uma virose deve ficar sob observação cardiológica por 60 a 90 dias em média
procurando possíveis sequelas.
Os tratamentos são bem estabelecidos e começam com afastamento das
atividades físicas e esportivas por 180 dias em média e uso de medicações
antiarrítmicas e se for necessário, implante de marca-passo cardíaco e desfibrilador
cardíaco interno.
Outra situação peculiar é o risco de algumas das medicações usadas nos
tratamentos do COVID-19. Tanto a cloroquina e suas variantes como a azitromicina,
nas doses elevadas que são usadas contra essa virose tem um efeito colateral dose
dependente que é o de alargar o impulso elétrico natural do coração, mas aí temos
uma situação peculiar, pessoas com vida aparentemente normal, podem ter uma
doença genética conhecida como síndrome do QT longo, com risco de arritmias
graves de alto risco e se usarem altas doses de medicamentos como a
hidroxicloroquina com ou associada à azitromicina, terão um elevado risco de
desenvolver taquicardias malignas, que quase sempre levam á uma parada cardíaca.
Em pacientes internados pelo COVID-19 ou outras viroses são usados todos os
medicamentos que podem ajudar a vencer uma virose, porém as monitorização e
outros controles nos ajudam a controlar as arritmias e suas possíveis consequências.
Enfim podemos deixar para todos a certeza que todos medicamentos
existentes tem efeitos colaterais em menor ou maior intensidade, porém se o benefício
é maior que o risco poderão ser utilizados com eficiente resultado e baixo risco de
suas complicações. A automedicação é um ato de alto risco, seja qual for a
medicação. Sempre procure um médico ou farmacêutico para esclarecer os efeitos de
um medicamento. Os dados mundiais colocam a automedicação como causadora de
milhões de mortes.
Dr. Nabil GhorayebCardiologista e Especialista em Medicina do Esporte
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