O conhecimento profundo dos efeitos para a saúde de uma atividade física tem
sido o foco dos estudos mais recentes, detalhados e validados de vários centros
médicos especializados em fisiologia e na prevenção e tratamentos cardiovasculares.
As modificações que ocorrem no metabolismo e no biótipo de um indivíduo que
treina regularmente, depende do tipo de exercício (de resistência: correr, pedalar ou
nadar ou de força: musculação, luta etc.). O aparelho cardiovascular principalmente o
coração, tem adaptações que surpreendem a Medicina por serem parecidas com as
das doenças cardíacas. A mais precoce modificação surge depois de
aproximadamente 60 dias de treinos regulares diários de no mínimo 60 a 90 minutos
por vez, de alta intensidade, a bradicardia (batimentos cardíacos em repouso abaixo
de 60 por minuto). Outras adaptações do ritmo cardíaco como bloqueios e hipertrofia
cardíaca precisam de mais tempo de treinamento.
Nada disso é doença cardíaca, mas para ter esse diagnóstico são necessários
vários exames específicos, para ter a certeza científica. Recentes publicações e
congressos internacionais alertam fortemente para que o exame de um atleta seja feito
por quem conhece as modificações próprias dos atletas.
Quanto as novas modalidades de treinamento físico para a população, que
surgiram nos últimos anos como por exemplo o Crossfit, um consenso entre os
médicos do esporte, ortopedistas e cardiologistas é que só após uma detalhada
avaliação médica completa do aparelho cardiovascular, do sistema ortopédico e das
doenças pré-existentes é que se deveria iniciar o treino de Crossfit. Nas Forças
Armadas Norte-americanas, onde se utilizam treinamentos muito parecidos, é
obrigatória a avaliação médica detalhada. Outra modalidade muito comum, o HITT já
teve várias pesquisas cardiológicas que concluíram poder ser útil para determinados
cardiopatas, depois de liberado pelo seu médico, utilizando uma forma adaptada e
mais branda.
As modificações conhecidas como efeito anti-inflamatório do exercício físico
regular, ocorrem na camada mais interna das artérias, o endotélio, e são
impressionantes, chegando durar em média 36 a 48 horas após o treino. Por isso a
recomendação de fazer exercícios 03 a 04 dias por semana, não mais do que isso.
Qual o melhor exercício? O médico sempre deve orientar o profissional de
educação física ou fisioterapeuta, para quais as limitações clínicas existentes no
cliente/paciente, e assim o resultado dessa parceria será benéfico nos resultados
almejados: a maior longevidade e melhor qualidade de vida.
Dr. Nabil Ghorayeb - Cardiologista e Especialista em Medicina do Esporte
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