O envelhecimento traz alterações negativas no equilíbrio, na força muscular e
na cognição (conhecimento ou raciocínio) por degeneração da estrutura cerebral
principalmente a área cinzenta. Existe uma região do cérebro chamado hipocampo
que controla a memória, aprendizagem em geral e o equilíbrio. O treinamento físico de
pessoas com mais de 60 anos, resulta em aumento do volume do hipocampo e isso foi
associado a completa melhora da capacidade física e mental, retardando o risco de
algumas formas de demência, aliás como explicado em artigo anterior.
A dança de salão, segundo pesquisas norte-americanas, é um dos mais
completos exercícios aeróbicos, elevando a aptidão para movimentos e equilíbrio, com
baixo risco de lesões, ideal para todos, principalmente para pessoas com mais idade.
A dança efetivamente evita o declínio das habilidades físicas e mentais.
Outra pesquisa na Alemanha, sobre efeitos da dança concluiu que idosos que
faziam exercícios físicos regularmente comparados com quem acrescentou a dança
de salão por dois dias na sua programação semanal de atividades físicas. Estes
últimos tiveram revertido significativamente os sinais de envelhecimento cerebral.
Essa pesquisa utilizou voluntários de 63 a 80 anos saudáveis acompanhados
por 18 meses, com 90 minutos de aulas de dança no programa fitness de duas vezes
por semana e após um ano, uma vez por semana. Esse programa seguiu as
recomendações internacionais, ou seja exercícios para saúde, que incluiu treinamento
de resistência repetitiva e treinamento de flexibilidade (alongamento e mobilidade). As
aulas de dança envolveram mudanças constantes das coreografias, que os
participantes deveriam memorizar com precisão. Os saltos, agachamentos, giros
rápidos e outros movimentos fazem parte de ritmos como mambo, chá-chá-chá, jazz e
foram utilizadas para desafiar o sistema de equilíbrio.
Nas conclusões científicas o grupo de dança além da melhor aptidão física,
desenvolveu aumento do equilíbrio, sensibilidade sensitiva e visual. A falta de
equilíbrio resulta em quedas que levam a aumento de mortes e de incapacidades
físicas e além da elevação dos custos com a saúde.
Hoje a Medicina tem como foco fundamental o combate ao sedentarismo
automático, estimulando atividades físicas para todos, e quando olhamos para as
pessoas com mais de 60 anos, se pudermos acrescentar a dança, traremos um
enriquecimento social e afetivo além da combinação de atividades físicas e cognitivas
com benefícios cardiovasculares, ortopédicos e sem dúvida agora comprovada,
melhor e maior neuroproteção.
Dr. Nabil Ghorayeb - Cardiologista e Especialista em Medicina do Esporte
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